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Eu e a Escrita

Saúde mental, espiritualidade e vidas passadas

Demorei mais tempo a sedimentar ideias e conceitos em relação à espiritualidade do que a escrever o meu primeiro livro de ficção, “Hipnose, o Regresso ao Passado”.

Há temas que precisam de amadurecer na nossa mente durante algum tempo antes de os passarmos para o papel e isso sucede com muitas questões, designadamente ligadas à nossa espiritualidade. Há vários “temas satélite” a orbitar à sua volta, como seja o caso da terapia de vidas passadas (ou regressão), o desenvolvimento e bem-estar interior, a hipnose, o crescimento espiritual, entre muitos outros.

Aliás, tudo o que se relaciona com o entendimento da nossa alma, exige tempo e reflexão.

Por isso mesmo, e dada a sensibilidade e complexidade destes assuntos, tenho o maior respeito pelos profissionais que se dedicam ao estudo e compreensão da espiritualidade: hipnotizadores, terapeutas, professores e coachers nesta área. Daí que tenha tido particular cuidado ao escrever certas passagens do livro, ao chamar a atenção para a importância de se seguir uma deontologia profissional neste campo. Mais do que nunca, temos que cuidar da nossa alma e da nossa saúde mental.

Sem dúvida que a espiritualidade está relacionada com a saúde da mente. E refiro aqui a saúde mental porque é necessário falar dela e desconstruir os estigmas que a continuam a rodear. De uma forma subentendida, a sociedade relaciona os distúrbios mentais e psicológicos com fraqueza da alma e inferioridade do indivíduo. Esta conexão de premissas tem levado a conclusões erradas e profundamente prejudiciais para todos nós.

Todos têm o direito de sentir que em determinados momentos da vida a sua saúde mental se encontra afetada. Posso dar-vos o meu exemplo quando, durante este ano de 2021, sofri um esgotamento que obrigou a retirar-me das minhas exigências profissionais. Tenho a certeza de que a minha alma precisava de voltar a encontrar o seu equilíbrio e até de se reinventar. Todos estes processos internos são salutares e necessários ao longo da vida.

A Espiritualidade e as Vidas Passadas

Como em tudo, também na literatura existem modas e tendências. Escrever um romance sobre vidas passadas é pouco comum. No entanto, o tema é bastante atual na área da investigação psíquica, dado que existem numerosas pessoas, espalhadas pelos cinco continentes, que afirmam ter memórias das suas vidas passadas.

Várias pesquisas, por parte de reputados médicos, parapsicólogos e neurocirurgiões, têm sido realizadas nesta área. São numerosos os institutos que estudam e conduzem investigações sérias em diversas áreas da espiritualidade, como é o caso das Experiências de Quase Morte (ou EQM), da comunicação com pessoas falecidas, e o teste a capacidades extrassensoriais e paranormais (telepatia, previsão do futuro, entre outras).

Por muito céticos que possamos ser em relação a muitos destes tópicos, não nos podemos esquecer que há milhares de pessoas (algumas delas “antigos céticos”), que vivenciaram experiências inexplicáveis do ponto de vista da ciência. Acho que vale a pena pensar nisto.

Estes milhares de pessoas podem ter uma voz se as quisermos ouvir. A emoção e a profundidade com que elas falam de “fenómenos inexplicáveis”, como seja a lembrança de vidas passadas, permitem pressupor a existência de dois mundos: um mundo físico e material e, um outro, espiritual, onde sobrevive a nossa alma e a consciência. 

É desse mundo espiritual que vos quero falar aqui. Não pretendo convencer ninguém acerca da existência de vida depois da morte ou de vidas passadas. Este blogue pretende ser um espaço aberto de reflexão para todos aqueles que queiram participar nesta discussão.

Como lidar com as questões relacionadas com a espiritualidade?

Com olhos e coração atentos e uma boa dose de intuição.

Se existe algum campo em que devemos usar a nossa intuição, é este. Ela vem com o “pacote humano” à nascença por alguma razão. Serve para pressentirmos como verdade, um evento ou acontecimento que não conseguimos, científica e empiricamente, validar como certo ou existente.

Por agora, muitas das nossas convicções relacionadas com a espiritualidade e as vidas passadas ainda fazem parte das nossas crenças pessoais. Respostas definitivas não existem, pelo que teremos que nos basear na intuição e convicções, para navegarmos nestas águas. Pelo menos é isso que eu sinto.