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A história do livro é verdadeira?

Depois de algumas pessoas terem lido o livro “Hipnose, o Regresso ao Passado”, houve quem colocasse a questão se esta seria uma história verdadeira.

O livro conta os percalços de Marcus Belling, um famoso hipnotizador que, um dia, recebe no seu consultório a misteriosa Anne Pauline. Ao longo de várias sessões de hipnose, nas quais ela se sujeita à Terapia de Regressão, descobre que consegue interagir e comunicar com algumas das pessoas que fizeram parte das suas diferentes vidas passadas. Até alterar eventos do passado.

Curiosos para saber se fui buscar algum segredo oculto que a maioria de nós desconhece?

Quando andava à procura de um editor em Portugal para publicar o livro, apresentei o esboço da história (ainda muito embrionário) a uma pessoa que trabalhava no mercado editorial.

Nessa altura, as primeiras páginas começavam na antiga versão do livro  com uma carta do hipnotizador Marcus Belling à Associação Nacional de Hipnose. Quando esta pessoa, que trabalhava numa editora, leu as primeiras páginas do meu rascunho, apercebeu-se imediatamente de uma estranha coincidência. Estávamos a 1 de dezembro, e ela disse-me: “Já reparou que hoje também é dia 1 de dezembro?” E, logo a seguir, perguntou-me: “Esta história é verdadeira?”

Ainda não me apercebera desta coincidência de datas! Fiquei incrédula, bem como o facto de, aquilo que escrevera, soar a eventos que poderiam ser reais. Será que as pessoas podiam mesmo comunicar com as suas vidas passadas através da hipnose?

Uma vez o livro publicado em inglês, percebi que alguns comentários iam nesse sentido. Havia pessoas curiosas para saber se a história se baseava em acontecimentos verídicos.

Nunca fui Hipnotizada!

Escrevi um romance onde se fala de hipnose, mas nunca fui hipnotizada, pelo menos, não num tradicional gabinete com um hipnotizador ao meu lado.

Já me tentaram hipnotizar online, mas acho que não cheguei a entrar totalmente em transe hipnótico. Há quem me pergunte se não seria importante passar por este processo antes de escrever o livro. Na minha opinião, ser sujeita à hipnose durante a escrita de “Hipnose, o Regresso ao Passado”, poderia ter influído negativamente na escrita ao coartar a minha liberdade de imaginação. Não queria tornar a história realista de um ponto de vista técnico, dando a entender que percebia os mecanismos por detrás do transe hipnótico. 

Deixei por isso a minha imaginação fluir ao longo do romance. Não conheço ninguém capaz de comunicar com as pessoas das suas vidas passadas, ou de alterar eventos do passado através da hipnose. Apesar do caráter realístico que algumas pessoas possam pressentir na história, é tudo fruto da minha fantasia. Caso tal poder existisse, penso que muitos concordarão que isso seria um dom ambicionado por muitos. Um poder que não poderia, de todo, cair nas mãos erradas.

Surpreende-me, contudo, agradavelmente, que as minhas palavras tenham ressoado a tal ponto que tenham feito pensar que os contornos da história pudessem provir de algo real. Ainda assim, se souberem de alguém que consegue interagir com as pessoas das suas vidas passadas, por favor, guardem o segredo: algo tão poderoso e invejável como esse dom, deve continuar a fazer parte do mundo privado de qualquer um.